Há mistérios dizem-nas em si mesmas Com ásuas bocas cheias mastigam-se elas Sê dentro o sol que brilha na manhã seguinte No varal roupas ao vento penteiam cabelos As bocas cheias de pesadelos Cospem nas ruas porque passamos...
Nas encostas da cidade, encostam-se muitos interesses, menos o da vida. A morte assim imposta numa queda, revela o lado mais covarde do poder. Esse poder que convive com lágrimas não passa de lixo, empurrando a esperança pelo abismo, consolando a desgraça que ficou. Mas dos escombros renasce a esperança, a vida que apesar de tudo sobrevive...nas encostas da cidade.
Neste agora de anti-arte, onde o absurdo urra o momento da diretriz nenhuma, raríssimas são as luzes a cintilar o caminho indicado pelos gênios de todas as épocas.
Juha é uma destas raras inspirações a cintilar o canto do momento eternizado. Sua mística plástica emerge do inconsciente e se faz presente num estado de consciência onde a verdade se mostra implacável, estarrecedora.
Juha é um jovem, um jovem de espírito maduro. Tem uma vida a ser constatada. Sua arte apenas começou. Seu expressionismo atinge o rosto do real em golpes diretos que o marcam e o direcionam a simbolismos surreais. Lembrando bastante Empsor, às vezes Bosch, outras tantas lembrando Goya.
No entanto, sempre ele mesmo. Sempre a luz potente do artista que pinta como quem ora, como quem ama. Juha, um raro alguém que não se contagiou com o vírus da inconsciência, do horrendo pairado sobre o nada. Alguém com os pés na terra e a cabeça no coração. Juha, o futuro pintor de almas, da alma do momento eternizado.
Thomaz Wartelsteimer (1986).......
Finlandês, radicado no Brasil desde 1965 e na Bahia desde 1978. Artista plástico, poeta, mestre de capoeira angola.
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